Vejo o mundo à minha volta a desabar...
Vejo tudo o que construi ao longo dos últimos anos a ruir...
Vejo-me num poço sem fundo a tentar em vão chegar à superfície...
Vejo tudo a desaparecer, os problemas a amontoarem-se, e pergunto-me:
Porquê lutar, porquê trabalhar, ser exemplar, correcta e justa?
Abandonei tudo por ti, sem olhar para trás, sem qualquer dúvida...
O amor tem destas coisas, mergulhamos de cabeça sem pensar.
Mas devia ter pensado, comigo arrastei a minha única e verdadeira família,
Aquela que está comigo, que me apoia, que me acarinha,
Aquela que não tinha qualquer obrigação, mas que hoje sofre comigo.
E dou comigo a pensar o que nunca imaginei ou ousei dizer...
Dou comigo a sentir-me grata por não estares cá a assistir à minha ruína...
Sei que sentirias-te culpada por isso, que nunca te perdoarias por teres causado este caos.
Não foste tu, foi a vida que assim o quis, fui eu e a minha incapacidade em deixar-te só,
Em abandonar-te...
Por tudo isso, sigo este caminho que se apresenta sinuoso e acidentado...
Se o meu amor por ti me trouxe onde hoje estou,
Estou certa que também me ajudará a chegar ao meu destino,
Sem mágoas, sem rancores...
Com Amor...
